O sonho de estar na Ilha de Páscoa
não é de consumo
É uma auto-história, um projeto antigo
Quando eu, menino, buscava rumo.
Estar na Ilha de Páscoa
Não é para exibir-me
Ou fazer selfies
Com carrancas ao fundo
Mas para eximir-me de culpa
Por desconhecer o mundo
Aqui entre moas e polinésios
A quatro mil quilômetros do Chile
Busco o que ninguém buscaria
Um mundo anterior a tudo
À minha própria arqueologia
São tempos imemoriais
os da Ilha
E os nativos usam colares
de flores
Seus códigos de vida
Têm mais vida
e suas vidas têm mais cores
Estar no umbigo da Terra
É sair da placenta de novo
Nadar no líquido amniótico de uma vida ancestral
Desmamar o leite da teta madre
Entrar pela boca do vulcão
E romper definitivamente o cordão umbilical
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