
São três fronteiras que atravessei na última viagem,
a do bem, a do mal e a da minha realidade.
Na primeira vi que há povos ancestrais que guardam no âmago do ser, a coragem.
Na segunda olhei para meu próprio umbigo e vi que minha fome de querer tudo me arrastava para o precipício da escolha,
tornando-me cego, surdo e mudo, de querer sempre ter, sem ter sido.
Na terceira fronteira descobri um veio douro, uma nascente de águas puras e intocadas.
Voltei ao princípio de tudo, ao nascedouro, no tempo em que o desejo nem havia nascido.
São Paulo, inverno de 2025.