Entre Gramado e Canela, uma paisagem 

PAULO ATZINGEN (Texto e foto)

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Essas casinhas no campo que parecem saí­das dos livros de contos dos Irmãos Grimm encantam os turistas que transitam entre Nova Petrópolis e Gramado, Gramado e Canela, no alto da serra gaúcha.

Elas passam entre o nada e o vale, o pasto e a ponte e í  fórceps nos arranca do peito o ar letárgico da metrópole, imposto a nós como um veredito.

Na beira da estrada um homem vende rodas de carroças e bancos de madeira rústicos esculpidos na árvore para a decoração de futuras casas coloniais que serão construí­das nos vales.

Invejo esse artesão! Deve sair toda a manhã por essas estradas atrás de raí­zes exóticas, troncos retorcidos, carroças abandonadas, para trazê-los í  sua oficina e transformá-los neste pretérito mais que perfeito que avisto hoje.

Um passado marcado por cheiro de terra, gado pastando e gente feliz.

Mais adiante, do meio do vale, vejo uma outra casa com uma árvore enorme servindo de moldura. Uma criança saí­ í  janela e acena para quem passa na estrada. Parece um chamado, um código familiar perdido entre os sóis que me remete ao princí­pio das coisas, como a amizade, a alegria e a sinceridade. Uma paisagem interna se forma em mim misturando tintas de um tempo que nunca se foi.

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