porto de Marabá

Sem pássaro e flor

contigo caminho na mistura do sol

dois traços distantes

um vê o brilho, outro a energia

um vê o milho, outro a sabedoria

excluem-se como o dia no pre

ci

pi

cio

das horas

sete vezes cinco-trinta

dizes com a cara deslavada

jogo todos os nove fora

e passeio no cais da rebeldia

vejo o barco de Saramago que se tornou ilha

por falta de porto

e desconhecido pelo excesso de dia

Não sei mais se sou o barco, ou apenas ousadia

se és o jardim em meu canteiro morto

e o elemento verde que em mim havia.

(Marabá (Pa) – em algum inverno do passado)

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