A reportagem teve repercussão tão grande que, um dia depois, o delegado avisou por telefone que haviam finalmente desbaratado a quadrilha e as bancas, restituídas (Foto: Paulo Atzingen)

“As bancas de jornais foram roubadas“, falou-me a repórter. Imediatamente me veio a cabeça revistas e jornais sendo surrupiados por ladrões interessados em Cultura e informação.

Não”, interpela-me a repórter, “as próprias bancas foram levadas, arrancadas de suas bases com um guindaste e colocadas  em um caminhão“, afirma-me.

Como estão ousados os ladrões, penso.
A repórter me explica que para fazer a matéria conversou com o delegado e que este, no dia seguinte ao ver sua matéria publicada no jornal reforçou as diligências em busca das bancas…

A família com quem falei tinha na banca seu único sustento“, afirma-me a repórter com lagrimas nos olhos.

A reportagem desta repórter teve repercussão tão grande que, um dia depois, o delegado avisou por telefone que haviam finalmente desbaratado a quadrilha e as bancas, restituídas.
….
É um prazer, eu sei, para a repórter,  saber que a partir de sua aparente pautinha mixa um copo d’água virou tempestade. Soube também que todos os grandes jornais deram destaque ao caso e que até o Jornal Melhoral foi lá…

Mas o bacana mesmo não foi a repercussão pra fora mas a repercussão pra dentro…

Conta-me a repórter  que a filha da dona de umas das bancas ligara para  ela e disse-lhe isto:

– “senhora repórter Regiane, muito obrigado por sua matéria. Ela vai fazer o pão  voltar pra nossa mesa. Muito obrigado mesmo, de coração. A banca era o nosso único sustento“…

É este tipo de resposta que me anima a ser repórter “…, me diz a repórter emocionada…

É este tipo de sentimento refinado, de trabalho, de gratidão e respeito que precisamos hoje em nossa terra, em nossa vida, em nossa profissão, digo eu.

Eu só fiz a minha obrigação “, diz a repórter com humildade.

Muito obrigado, repórter, por cumprir sua obrigação e lembrar de seu juramento“, digo eu.

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