Vivá: o hotel mais pernambucano que conheci

por Paulo Atzingen

O mais pernambucano de todos os hotéis fica em Porto de Galinhas? Acredito que sim, depois que conheci o Vivá . Esse hotel dá um bom drible em seus concorrentes porque usa cores vibrantes em seu lobby, investiu bem na decoração de alto bom gosto em seus andares e fez uma combinação infalível: deu treinamento a seus colaboradores utilizando-se do jeito gentil de ser do pernambucano. Mas não é só por isso.

No Vivá os símbolos da nação cultural pernambucana estão por toda a parte: seja nas jubas psicodélicas dos leões de barro de Tracunhaém, seja no sincretismo religioso dos santinhos de barro católico com o boneco do Maracatu na recepção, seja nos versos dos poetas pernambucanos em tabuletas distribuídas às margens das passarelas. Mas também não é só por isso.

Mar da minha aldeia

Para alcançar esse nível de equilíbrio de conceitos e signos locais, é evidente que seus hoteleiros, arquitetos e engenheiros tiveram que entender a força e o peso da cultura global que tudo pasteuriza para tornar-se funcional e agradar gregos e troianos, paulistas e baianos. E ao entenderem, entenderam também que o mar que banha sua aldeia era mais belo simplesmente porque era o seu mar; parafraseando Alberto Caeiro:

“Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia”

Concreto e Vento

A maturidade hoteleira hoje alcançou patamares  de competência muito elevados – porque conseguiu reunir o que se tem de mais avançado em tecnologia de construção civil e arquitetura – com a graça, o dom e a criatividade da população que vive ao entorno dessas casas de hospitalidade do segundo milênio. O que quero dizer? Concreto e vento no sentido mais poético e inofensivo se unem para tornar a permanência do hóspede mais eficaz e mais perfeita, mas também grandiosa, inesquecível.

A nova hotelaria ou a hotelaria de vanguarda encontrou solo fértil no clima tropical brasileiro que sugere, que aponta para uma experiência extra quartos, extra paredes e propõe uma interação com os espaços, com as pessoas e com a natureza. E isso é visto aqui no Vivá que na linguagem dos Caetes, primeiros habitantes daqui, quer dizer “Força que vem da natureza”. Matérias primas que são retiradas da terra como a argila, a madeira, o urucum e o sisal transformam-se em estátuas,  quadros, tapetes e tornam-se funcionais quando atingem o coração do hóspede por sua simplicidade (ou profundidade) na mensagem.

Desconcertante

Embora o ambiente objetivo rapte os olhos para as cores mais vibrantes como o verde-água nos potes e o alaranjado nas estampas das poltronas, as cores neutras como o marrom das urnas (ou cântaros?) o pastel das palhas têm o seu espaço nas mentes…

Além disso, alguns objetos colocados propositalmente de forma desconcertante, faz o hóspede indagar para si: como? Por quê?, por exemplo, o barco emborcado no alto do restaurante que traz nos seus dois bancos centrais quatro pares de refletores que iluminam a mesa embaixo onde repousam os pratos e os talheres. Parece uma resposta: naveguem pelos sabores pernambucanos.

Grandeza

O lobby tem a abertura característica de hotéis que na gestação foram concebidos para dar aos hóspedes que chegam a impressão que entram em um templo onde o tempo é outro. E o seu amplo espaço devolve a esse hóspede um sentimento há muito perdido: o de grandeza. Quem viver, Vivá!

Hotel Vivá Porto de Galinhas

+55 81 3552-0400

Avenida Beira Mar, s/n, Lote B, Gleba 2, Praia do Cupê

Porto de Galinhas, CEP 55592000

Brasil

contato@vivaportodegalinhas.com.br

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*O jornalista Paulo Atzingen viajou a Porto de Galinhas com Seguro GTA